O ambiente de trabalho
Não é preciso ser um gênio pra saber o quanto isso tem um grande impacto em como você realiza seu trabalho e se sente no dia a dia.
Uma cultura empresarial positiva gera engajamento e satisfação entre os membros da equipe e consequentemente os níveis de produtividade vão lá para o alto.
Mas e quando a realidade não é bem essa e você se vê preso a uma cultura de trabalho tóxica?
De acordo com um estudo empreendido pela Harvard Business School descobriu-se que quase metade dos funcionários que experimentaram incivilidade no local de trabalho reduziram seus esforços.
E fizeram uma escolha consciente de passar menos tempo no trabalho e quase sempre isso não tem a ver com os clientes.
Talvez ainda pior? 38% diminuíram intencionalmente a qualidade de suas atividades laborativas por conta do ambiente tóxico de trabalho.
Os impactos nos negócios são terríveis e, infelizmente, essas consequências negativas também seguem os funcionários quando eles batem o ponto.
Em outra pesquisa, três em cada 10 entrevistados disseram que sua cultura de trabalho tóxica os torna mais irritadiços em casa.
A inelutável verdade é uma só: locais de trabalho desfavoráveis são más notícias para o moral e a saúde mental dos funcionários.
Mas infelizmente ainda são surpreendentemente comuns.
Quase 55% dos trabalhadores afirmam que trabalham em um ambiente tóxico de trabalho.
As pessoas relatam em suas entrevistas individuais um medo de se manifestar, precisando documentar tudo, muita política, não há muita transparência.
Um ambiente de trabalho onde impera a fofoca, a indiferença e há as famosas “panelinhas” – e em alguns casos – até bullying ou assédio de outros membros da equipe. Quando essas questões estão presentes, isso tem um efeito devastador nas pessoas, no moral, na criatividade, no desempenho e, finalmente, nos resultados.
Para isso, o primeiro passo é identificar os problemas, ou seja, perceber os sinais de alerta.
E a partir disso, definir ações efetivas para construir um ambiente mais adequado.
Mas como saber se você está realmente lidando com um ambiente de trabalho tóxico?
E o mais importante, o que você pode fazer a respeito? Vamos analisar o que você precisa saber.
Seu local de trabalho é realmente tóxico? Esta é uma daquelas situações em que é inteligente confiar no seu instinto.
O fato de você duvidar da saúde da cultura de sua empresa indica que há muito espaço para melhorias.
Mas, se sua intuição não é suficiente para convencê-lo(a), aqui estão cinco outros sinais indicadores de que seu ambiente de trabalho deixa muito a desejar.
Sabe aquele ambiente onde ao longe você já vê negras e pesadas nuvens? Se você olhar para seus colegas, o rosto de todos parece que acabaram de descobrir que precisam de um tratamento de canal?
Em outras palavras, as pessoas não estão felizes, não há conversas espontâneas, cooperação então… E todos estão sempre com aquela cara blasé.
E as más atitudes se espalham como um incêndio, especialmente quando é óbvio que todo mundo odeia seu trabalho.
É uma profecia que se autorrealiza – toda essa negatividade é resultado da cultura, mas também alimenta o clima sombrio geral do local de trabalho.
E pior, atrapalha a capacidade de todos de fazer as coisas.
De acordo com as pesquisas 93% dos trabalhadores dizem que são menos produtivos quando trabalham com pessoas que têm atitudes negativas e inadequadas.
Ninguém quer estragar tudo no trabalho.
28% das pessoas admitem que cometer um erro no trabalho é o maior medo no local de trabalho.
Mas, há uma grande diferença entre ser prudente e se sentir paralisado por um ambiente ameaçador que pune as falhas percebidas.
A total falta de segurança psicológica (que mede o quão seguros os funcionários se sentem ao assumir riscos e cometer erros) é outro indicador de um ambiente de trabalho tóxico.
Quando as pessoas têm medo de sair de suas zonas de conforto, toda a equipe sofre.
Na verdade, o Projeto Aristóteles do Google descobriu que um alto grau de segurança psicológica tem impacto sobre a eficácia da equipe.
3. Há disfunção e confusão constantes.
Ninguém tem clareza sobre suas funções ou responsabilidades.Ambientes de trabalho tóxicos são criadouros de disfunções e confusão.
Isso porque esses ambientes negativos costumam ser acompanhados por falta de confiança, comunicação ineficaz e constantes lutas pelo poder.
Esses problemas tornam ainda mais desafiador para os membros da equipe colaborar de modo que projetos, reuniões e os relacionamentos frequentemente fogem dos trilhos.
Pior ainda, fica evidente que há uma total falta de confiança entre funcionários e líderes.
Os primeiros são governados com mãos de ferro.
Microgerenciados e tudo o que fazem é monitorado e rastreado.
Funcionários não acreditam no que os gestores dizem, porque suas ações não correspondem às suas palavras.
Tudo isso é motivo suficiente para deixar o clima de trabalho ruim por si só.
Além do mais, de acordo com alguns defensores a fofoca é uma aptidão social e não um defeito de caráter. (confira mais aqui)
No ambiente de trabalho, estudos mostraram que fofocar sem maldade com os colegas pode ajudar a unir o grupo e aumentar a boa disposição mútua.
Espantosos 96% dos entrevistados em um estudo admitiram participar de fofocas de escritório.
É quando a fofoca foge de controle, passando para a maledicência, boataria desmedida e invasiva, ou seja, é levada ao extremo, que o ambiente de trabalho se torna tóxico.
Como saber a diferença?
Bem, se no seu dia normal de trabalho parece que você está estrelando um reality show, você atingiu um novo nível de drama.
Se ali ninguém se comunica abertamente e, em vez disso, optam por sussurros, olhares de esguelha e comentários agressivos passivos, há uma grande chance de se tratar de um ambiente de trabalho tóxico.
O “disse me disse” deve ser abolido urgentemente.
Pode parecer inofensivo, mas essa maldade tem um preço.
O bullying no local de trabalho está relacionado ao esgotamento psicológico, problemas físicos de saúde, depressão, ansiedade e em casos extremos até agressão.
5. Não há conexão entre as pessoas.
Em ambientes assim, é fácil perceber que as pessoas só se aproximam uma das outras quando querem algo.
Sem se importar genuinamente com os colegas.
Não há conexão ou criação de vínculos pessoais, o que torna o relacionamento frio e estritamente profissional.
Responda: Até que ponto se sente seguro e conectado positivamente aos outros?
Você se sente valorizado(a)? É capaz de dar suas melhores ideias sem medo de ridicularização ou rejeição?
Se a resposta for não, acenda o alerta
6. Há alta rotatividade de funcionários.
Você nunca tem certeza de quantas mesas ficarão vazias ou quantos rostos novos verá no escritório nos próximos meses.
Se multidões de pessoas estão correndo para as montanhas, isso é um forte indicador de que a cultura está afastando os funcionários.
Uma em cada cinco pessoas que deixaram o emprego nos últimos cinco anos citaram a cultura como o motivo da saída.
E as organizações que propositalmente elaboram uma cultura positiva experimentam taxas de rotatividade baixas, enquanto aquelas que ignoram sua cultura estão sobrecarregadas com altos percentuais de rotatividade.
Existem vários motivos pelos quais os funcionários deixam o emprego.
Mas, se há um êxodo em massa de sua empresa, isso é uma bandeira vermelha sobre o seu ambiente de trabalho.
Um empregado deve analisar a situação antes de tirar conclusões rápidas.
Mas se a liderança sabe da existência de problemas de relacionamento entre membros da equipe ou de questões específicas e não faz nada para mudar a cultura, é hora de partir.
Ou arriscar se tornar mais um subproduto desse tipo de ambiente
8. Joguinhos de poder e informação.
Aquelas que detêm o privilégio, irão acumular informações importantes (inclusive gerentes), para aumentar o seu poder entre os “colegas”.
E inclusive influenciar demissões ou promoções e, claro, literalmente matar toda a confiança que existia no ambiente de trabalho.
Isso sem falar naqueles que adoram levar crédito pelo trabalho dos outros, roubar ideias…
Tudo isso mina a confiança e coloca as pessoas umas contra as outras.
Fique atento se há colaboradores que culpam os colegas por causa de erros na empresa ou se com algumas atitudes tentam sabotar as carreiras dos outros companheiros.
É bem comum que estas pessoas comecem a se juntar com alguns gerentes para tentar influenciar as decisões da empresa.
Contribuindo ainda mais para a criação de um ambiente de trabalho tóxico
9 Sua saúde mental está sendo afetada pelo ambiente tóxico de trabalho.
Se você se sente constantemente estressado(a) por um longo período de tempo ou simplesmente esgotado, e nada proporciona alívio, pode ser um sinal para prestar atenção.
Seja este sentimento causado por um chefe indiferente ou controlador, um colega de trabalho irascível, provocador (pra não dizer insuportável).
Ou até uma completa falta de cultura saudável na empresa.
Qual o seu sentimento quando chega o domingo às 20:00?
Você tem aquela tristeza pelo término do fim de semana quando começa a vinheta do Fantástico? Qual sentimento aparece ao entrar na empresa?
Você deveria pedir o seu aviso prévio e vazar o quanto antes? Talvez.
Mas, antes de arrumar sua mesa e pegar a estrada, vale a pena tentar algumas das estratégias abaixo para ver se você pode melhorar as coisas no seu atual ambiente de trabalho.
Um ambiente de trabalho peçonhento significa que você provavelmente não se dará bem com todos com quem trabalha.
No entanto, construir um sistema de apoio de alguns colegas amigáveis e com ideias semelhantes poderá ajudá-lo a melhorar o seu ânimo e a se sentir menos isolado.
Este será o grupo com o qual você poderá se conectar e se lamentar, o que é importante quando fica provado que revelar o estresse é um mecanismo de enfrentamento.
Além disso, relacionamentos sociais positivos fortalecem a retenção e a produtividade dos funcionários.
Mas cuidado: ter aliados é uma coisa, ser mais um foco de panelinhas e boatos é
outra. Tenha bom senso e empatia!
2. Concentre-se no que você pode controlar.
O conselho comum de “manter-se positivo” é clichê e até mesmo condescendente quando você está preso em um ambiente de trabalho que está sabotando sua felicidade.
Em vez de colar um sorriso falso e manter o queixo erguido, faça a si mesmo(a) esta pergunta quando algo o irritar no trabalho: Eu tenho algum controle sobre isso?
Se você não está em uma posição de liderança, provavelmente tem poderes limitados sobre como as outras pessoas se comportam e interagem.
Mas você pode controlar como responde.
Mantenha o foco nas decisões e reações nas quais você tem uma palavra a dizer e evitará gastar energia e frustração em situações que não valem o seu suor.
Isso é verdade em um ambiente de trabalho tóxico.
Nesse tipo de ambiente diabólico há sempre alguém constantemente espiando por cima do ombro, apenas esperando o primeiro deslize.
É exaustivo se preocupar constantemente com quem poderá apunhalá-lo pelas costas.
Mais triste ainda que você até sinta a necessidade de se proteger constantemente disso.
Mas, manter registros precisos de seu trabalho e conversas pelo menos lhe dará um pouco de paz de espírito.
A decisão foi tomada durante uma conversa pessoal?
No entanto, fale quando tiver a oportunidade de fornecer feedback – seja por meio de pesquisas de satisfação internas, conversas individuais com sua gerência, análises de desempenho ou outro meio de comunicação.
É possível que os gestores nem percebam a extensão da negatividade que está se espalhando por todo o local de trabalho.
Você deve aproveitar a oportunidade para esclarecê-los sobre o que poderia ser melhor.
Podemos garantir que você notará grandes melhorias? Não necessariamente.
Mas, você tem uma chance melhor do que se não disser nada.
Afinal, boa parte das empresas pode não agir regularmente de acordo com o feedback dos funcionários.
Mas isso significa que algumas, por poucas que sejam, com sorte, tomarão algumas medidas para reverter a situação.
Por isso, investir em criar um ambiente que facilite as conversas cotidianas, não relacionadas ao trabalho, é uma boa maneira de fortalecer vínculos, criar empatia e construir confiança.
Afinal, trata-se de um relacionamento entre pessoas, e não máquinas.
Mesmo um ambiente de trabalho precisa ter momentos de pessoalidade.
Ser flexível com horários e rotina de trabalho também é uma forma de ser mais empático.
Todo profissional, um dia, vai precisar sair mais cedo para levar o filho ao médico, por exemplo.
Ser muito rígido nesse tipo de situação só servirá para mostrar que o líder não se importa com os problemas pessoais dos colaboradores.
Coloque-se no lugar da outra pessoa: se fosse com você, não iria esperar alguma compreensão?
Permitir o equilíbrio entre vida profissional e pessoal é uma das melhores formas de mantê-los satisfeitos e motivados no dia a dia.
Se nada estiver funcionando? Pode ser hora de pegar a estrada.
No entanto, é importante reconhecer que dependendo do seu “tempo de casa” na empresa, não há muito o que fazer.
Você não vai consertar sozinho tudo que está quebrado.
Se você seguiu essas etapas para melhorar sua situação e nada parece estar funcionando, provavelmente é hora de pular do barco.
E encontrar uma equipe e um ambiente que se encaixem melhor com você.
Essa decisão pode parecer assustadora em um primeiro momento, ainda mais quando se vive em um país de economia tão frágil como o Brasil.
Mas, lembre-se que por mais que a vida não seja tão curta assim (ao contrário do que dizem) ela é única, você não irá vivê-la novamente.
E viver estressado(a) com seu trabalho todos os dias – especialmente quando o estresse no trabalho pode ter efeitos enormes em sua vida pessoal e saúde mental, não é vida.
Fique com a seguinte reflexão de Derric Johnson, ex-consultor criativo da Disney:
“Quando suas memórias são maiores que seus sonhos, é hora de mudar”.
Buscar novos rumos, reinventar-se também faz parte da vida
Nenhum comentário:
Postar um comentário